Entrevista com Dapunksportif: Pela estrada fora
Pedro Figueiredo
«Electro Tube Riot», segundo na carreira dos Dapunksportif, é mais um documento que atesta a marca da dupla no rock de facção stoner guiado ideologicamente por nomes como Kyuss e Queens of the Stone Age. Mais do que tudo, assume a banda, este é um disco concebido para divulgar via palco. Pelas estradas do nosso país, e não só…
Os Dapunksportif são um duo de guitarras, que conta em álbum com colaborações de diversos bateristas. Contratar oficialmente um baterista não sucedeu porquê? Foi intencional ou simplesmente…não sucedeu?
«De certa forma, é intencional. Um dos objectivos que inicialmente traçámos para o percurso da banda foi o de poder ter a liberdade de tocar com vários músicos e, dessa forma, partilhar o universo musical e criativo de cada um deles. No caso concreto, trata-se de uma opção e uma forma de termos o contributo e cunho musical específico de cada um desses bateristas. Nós gostamos desta partilha e, de futuro, gostaríamos de poder contar com o contributo, não só de bateristas mas também de outros instrumentistas que nós achamos que se enquadram no nosso universo musical.»
Resumidamente, o que é que podemos encontrar em «Electro Tube Riot» de diferente em relação ao vosso primeiro disco?
«Com o novo disco tentámos manter-nos fiéis ao estilo que desenvolvemos no primeiro trabalho [«Ready!Set!Go!»] e, desse modo, esperamos consolidar uma base de fãs que começámos a reunir com o lançamento e os concertos de apresentação do mesmo. Devido à experiência que adquirimos, sentimos que crescemos um pouco e ganhámos uma certa maturidade que se reflecte na composição destes temas. Pensamos ter conseguido desenvolver melhor as nossas ideias, em termos rítmicos, melódicos e líricos, e criar um bom conjunto de canções rock.»
Vocês são de Peniche, longe dos grandes centros urbanos, das grandes metrópoles culturais. O que é que isso vos traz de bom e menos bom? Sentem que isso pode-vos prejudicar de alguma forma?
«Não sentimos que isso seja negativo de qualquer forma. Preferimos utilizar a nossa música como o verdadeiro veículo de transmissão do que fazemos e vamos à procura da estrada por onde possamos circular com velocidade. Como amantes da Natureza e de desportos radicais que somos, sentimos um grande privilégio pelo facto de residirmos em Peniche, a capital da onda, longe do stress urbano.»
Hoje em dia há muita malta nova a fazer rock em Portugal. Vocês, contudo, vão buscar coisas que poucos - ou nenhuns - fazem, mais ligadas ao stoner, de nomes como Queens Of The Stone Age ou Fu Manchu. De onde veio o interesse por este rock mais musculado?
«Este tipo de rock faz parte do nosso crescimento como ouvintes de música. As nossas influências assentam em bandas que pertencem a um variado leque de estilos perfilhados no Rock, como o Punk, Hard Rock, Heavy Metal, Stoner e por aí fora. Pensamos que os nomes supra mencionados também bebem da mesma fonte que nós.»
«Os concertos têm tido uma boa afluência e as críticas têm sido bastante positivas. O interesse é demonstrado in loco, no concerto. Mesmo em locais com um público mais heterogéneo, como é o caso das Queimas, sentimos as pessoas a aderir ao nosso som e justificam-no no final do concerto quando procuram os nossos discos e merchandise e trocamos dois dedos de conversa.»
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